mauã nhandé ma?

Guarani é muito conhecido, como palavra, língua, povo, cultura e tantos outros por aí. O que acontece é que as etnias que deram vida a esse termo não conseguem dar saúde ao mesmo.
Essa saúde seria de vital importância na luta contra a discriminação e principalmente no fortalecimento da cultura destes indivíduos. Mas os desencontros no diálogo é muito contundente para que esse ‘corpo’ seja saudável.
Antropologicamente o tronco tupi abrange uma série de famílias linguísticas e grupos étnicos; o Guarani é uma delas, dentre os guarani teremos três grandes grupos: Nhandeva, Kaiová e Mbyá. Todos irmãos de etnia.
Os desencontros podem ser observados nas aldeias do município de Dourados-MS e região, quando parte da população indígena se autodenomina kaiová e Guarani, sendo que estes guarani a quem se referem são Nhandeva. No estado de São Paulo os Nhandeva chamam os Mbyá de Guarani e se autodenominam Tupi-guarani; no Sul os Nhandeva são chamados pelos seus irmãos de etnia de Xiripá e agora, no Paraná, esses estão se autodenominando de Ava-guarani.
Tudo seria tão fácil se conscientizarmos que os três grupos são na verdade grupos dialetais e que o termo guarani é um povo, uma bandeira a ser defendida e não um povo distinto.

Professor de História: Vanderson Lourenço